Quem treina com frequência sabe que a alimentação antes do treino faz toda a diferença no desempenho. É nesse momento que o corpo precisa de energia disponível para garantir força, resistência e foco durante o exercício. Mas uma dúvida comum entre os praticantes é: será que comer doce antes do treino pode dar um “gás extra”?
A ideia de usar o açúcar como fonte rápida de energia parece tentadora, mas será que ela realmente funciona? E mais importante: será que faz bem para o corpo e para os resultados?
Vamos entender como o doce age no organismo, quais são os possíveis benefícios e riscos desse hábito e quais são as melhores escolhas para um pré-treino realmente eficaz.
A importância do pré-treino
Antes de pensar se o doce cabe ou não nesse momento, é importante entender o papel do pré-treino. Ele tem a função de fornecer combustível para o corpo, principalmente na forma de carboidratos, que são a principal fonte de energia para a contração muscular.
Uma refeição equilibrada antes do treino ajuda a manter os níveis de glicose no sangue, evita a fadiga precoce e garante energia constante durante toda a atividade.
Mas isso não significa que qualquer fonte de carboidrato vai funcionar da mesma forma. O tipo de alimento escolhido e o momento da ingestão influenciam diretamente no desempenho.
Comer doce antes do treino: o que acontece no corpo
Quando você come um doce, seja chocolate, brigadeiro ou doce de leite, o corpo absorve rapidamente os açúcares simples, elevando a glicose no sangue. Essa glicose é usada como combustível imediato, o que pode gerar uma sensação rápida de energia.
Porém, essa energia vem acompanhada de um pico de insulina, o hormônio responsável por “limpar” o excesso de glicose do sangue. Depois desse pico, os níveis de glicose caem com a mesma rapidez, o que pode causar o famoso “efeito rebote”, aquela sensação de cansaço, moleza e queda de energia no meio do treino.
Em outras palavras: o doce até pode dar um “up” momentâneo, mas logo depois pode vir a queda de desempenho.
Quando pode funcionar
Apesar dos riscos, há situações em que o consumo de açúcar simples pode ser estratégico, especialmente para atletas de alta intensidade, como praticantes de CrossFit, treinos intervalados (HIIT) ou modalidades de resistência.
Nesses casos, uma pequena dose de açúcar antes do treino pode ser utilizada como fonte rápida de energia. Um estudo publicado em periódicos de nutrição esportiva observou melhora no desempenho de atletas quando ingeriram pequenas quantidades de doce de leite antes da atividade, comparado a treinos em jejum.
Mas é importante lembrar: esses resultados foram observados em atletas com acompanhamento nutricional e alto gasto energético. Para a maioria das pessoas, especialmente quem busca emagrecimento ou definição muscular, essa prática tende a ser contraproducente.
Quando atrapalha
Na maior parte dos casos, o consumo de doces antes do treino atrapalha mais do que ajuda.
- Pico de insulina e queda de energia: o açúcar entra rápido no sangue, mas também sai rápido, deixando o corpo sem combustível no meio do treino.
- Prejuízo na queima de gordura: o excesso de glicose inibe o uso de gordura como fonte de energia, o que atrapalha quem busca perder peso.
- Risco de desconforto gastrointestinal: alguns doces contêm gorduras e lactose, que podem causar enjoo, gases e sensação de estômago pesado.
- Efeito psicológico: o consumo frequente de doces pode gerar dependência e dificultar o controle alimentar no restante do dia.
Por isso, comer doce antes de treinar pode até parecer inofensivo, mas o impacto metabólico e energético tende a ser negativo, principalmente a longo prazo.
Se quiser comer, faça com estratégia
Se ainda assim você quiser incluir um doce antes do treino, é possível fazer isso de forma controlada e estratégica:
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Escolha porções pequenas, cerca de 15 a 20 g (uma colher de sopa de doce de leite, por exemplo).
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Prefira doces simples e com baixo teor de gordura, evitando recheios e coberturas.
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Combine o doce com uma fonte leve de proteína, como um iogurte ou whey protein, isso ajuda a reduzir o pico glicêmico.
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Consuma de 30 a 60 minutos antes do treino, para que o corpo tenha tempo de equilibrar a glicose.
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Use essa estratégia apenas em dias pontuais de treino intenso ou quando sentir necessidade real de energia rápida.
Mas lembre-se: isso não substitui uma alimentação equilibrada e nem deve ser usado como desculpa para exageros.
Melhores opções para o pré-treino
Em vez de recorrer ao açúcar puro, existem combinações muito mais inteligentes para o seu pré-treino:
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Carboidratos complexos: batata-doce, aveia, mandioca, arroz integral, pão integral.
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Frutas com baixo índice glicêmico: banana, maçã, pera, mamão.
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Combinações equilibradas: banana com pasta de amendoim, iogurte com aveia, shake com whey e aveia, ou pão integral com frango desfiado.
Esses alimentos fornecem energia de forma gradual e constante, sem causar picos bruscos de glicose. Além disso, contribuem para o ganho de massa magra e melhor recuperação muscular.
Conclusão
Comer doce no pré-treino pode até parecer uma boa ideia para dar energia, mas, na prática, os efeitos são temporários e podem comprometer o desempenho. O pico rápido de glicose seguido da queda de energia acaba prejudicando a performance, o foco e até os resultados estéticos.
O melhor caminho é apostar em fontes de energia equilibradas, com carboidratos complexos e proteínas leves, que sustentam o treino do início ao fim.
O doce pode até aparecer de vez em quando, de forma planejada e controlada, mas o verdadeiro segredo de uma boa performance está em uma nutrição inteligente e consistente, alinhada ao seu objetivo.
Espero que tenha gostado do conteúdo que compartilhamos com você! Lembre-se de que a prática regular de exercícios e uma alimentação saudável são fundamentais para uma vida mais equilibrada!
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